BOAS DICAS PARA A SAÚDE DOS PEQUENOS
Atividade Física
Incentive a atividade física, através de brincadeiras como jogar bola, brincar de esconde-esconde, andar de bicicleta, entre outras.
Castigos e Prêmios
– O comportamento das crianças não deve ser premiado ou castigado através da alimentação;
– Não ofereça recompensas em troca de prato vazio (dá idéia à criança de que comer não é bom);
– Não ameace a criança que não quer comer com castigo. Isso aumenta sua repulsa à comida. Haja sem pressão e com calma.
Estilo de Vida
– Dê bons exemplos pelo seu próprio estilo de vida, evitando permanecer horas diante da TV ou do computador;
– Quando necessária a reeducação alimentar de um dos membros, toda a família deverá participar.
Exemplos dos adultos
– Sirva de exemplo e coloque as crianças para se alimentarem junto com os adultos, para que ela possa apreciar todos os alimentos servidos, principalmente verduras, legumes e frutas;
– Lembre-se que os adultos são os principais responsáveis pela formação dos hábitos alimentares das crianças;
– A criança deve comer de tudo, sem excesso. O importante é usar o bom senso dos pais.
Hábitos saudáveis
– Atualmente, recomenda-se a ingestão de 5 porções de frutas, legumes e verduras na alimentação diária. Esta é uma boa forma para se iniciar a mudança do comportamento alimentar da criança e do adolescente;
– As refeições devem ser feitas em horários regulares e em locais apropriados. Evitar o consumo de alimentos em frente à TV;
– No café da manhã, troque a manteiga por requeijão light, o presunto e a mortadela pelo queijo branco e/ou peito de peru;
– Prepare o lanche escolar do seu filho, caso a cantina da escola ainda não esteja oferecendo alimentos nutritivos;
– Não ofereça sempre o mesmo tipo de comida. O cardápio deve ser variado, colorido;
– A tarde incentive a criança a deixar de lado as bolachas e os salgadinhos e explique a ela as vantagens da troca para frutas ou iogurtes;
– Devemos eduqcar nossos pequenos sobre a importância da ingestão diária de cereais matinais, eles nos agradecerão no futuro.
Modismos
– Evite os vícios alimentares, não faça dos “fast foods” uma rotina na alimentação de seu filho;
– Fique atento ao consumo de alimentos supérfluos, propagados pela mídia nos meios de comunicação, e pela influência dos coleguinhas;
– Se o seu filho não têm limites, marque um dia da semana para os excessos (guloseimas, refrigerantes, salgadinhos, etc).
ATITUDE DOS PAIS: IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS A MESA
Estudos mostram que as crianças brasileiras estão gordas como as americanas e anêmicas como as indianas. Avaliações recentes elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan Americana de Saúde, com base em entrevistas com milhares de crianças em todas as regiões, das capitais e do interior confirmaram que 15% de meninos e meninas vivendo no Brasil estão obesos. Esse estudo mostra que uma em cada seis crianças até 10 anos de idade está com o peso pelo menos 20% acima do ideal. Na década de 80, apenas 3% delas eram obesas. Em matéria de adiposidade infantil, chegamos a nos igualar ao primeiro mundo, pois nos Estados Unidos, o campeão no consumo de batatas fritas, hamburguers e refrigerantes a porcentagem de crianças obesas é de 20%.
O estudo do Ministério da Saúde mostra também que a anemia atinge quase metade das crianças brasileiras. É um índice similar ao da Índia, com a diferença de que lá, por motivos religiosos a maior parte da população impõe-se a proibição de comer carne e outros produtos de origem animal, e naturalmente, a absorção de ferro entre as crianças indianas é menor.
Durante anos, o grande drama nacional no Brasil era a falta de comida, que conduzia a um quadro de desnutrição infantil. Contudo, hoje a situação está se invertendo. O Brasil está deixando de ser um país de desnutridos para ser um país de obesos. Quando o Brasil enfrentava a desnutrição, o problema era de política pública. Hoje, tirando os bolsões de miséria, o maior responsável pelas deficiências alimentares não é o Estado, mas os pais, já que cabe a eles a tarefa de decidir o que as crianças vão comer. Entretanto, pesquisas que estudam os hábitos alimentares das crianças mostram que essa missão está sendo desempenhada com displicência. Os pais acham natural que seus filhos prefiram batata frita, salgadinhos, hamburguer, sorvete, etc… do que comer uma salada de cenoura, agrião ou um pedaço de peito de frango grelhado. O problema é que a grande maioria das pessoas se esquece de que as crianças nascem sem saber qual é a exata diferença entre esses alimentos. Deveria haver estímulos e esforços dos pais no sentido de oferecer aos seus filhos alimentos saudáveis. O que se observa hoje é um excesso na oferta de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes. Frutas, legumes e verduras quase nunca estão presentes nos cardápios.
Os resultados de todos esses erros alimentares são os altos índices de obesidade infantil e anemia, que trazem consequências seríssimas à saúde da criança. Em uma criança, a obesidade atrapalha o crescimento e pode provocar a má formação das articulações e dos quadris. A médio e longo prazo, podem surgir hipertensão, colesterol elevado, diabetes e outros males cardíacos. Estimativas médicas mostram que oito de cada dez crianças obesas se tornam adultos gordos.
A anemia é igualmente um problema grave. A criança torna-se apática, cansada, sem apetite e com dificuldades de desenvolvimento intelectual. Uma observação interessante a se fazer é que anemia não é sinônimo de criança que passa fome, mas sim da que não come o que deveria comer.
ANEMIA E OBESIDADE: PRESENTES EM TODAS AS CLASSES SOCIAIS
Como o trabalho feito pelo Ministério da Saúde é nacional, é natural suspeitar que a obesidade e a anemia estejam mais concentradas em crianças de famílias menos educadas ou mais pobres. Pois saiba que as classes mais favorecidas, que tem informação e dinheiro para consultar um pediatra ou um nutricionista especializado, apresentam índices tão alarmantes quanto as menos favorecidas, tanto em obesidade como em índices de anemia.
Parece que hoje nos países em desenvolvimento, principalmente no Brasil, nossas crianças estão imitando as americanas à mesa. Nas grandes cidades, almoçar na lanchonete já virou hábito. Em casa, os pais entulham a geladeira de comida semi pronta industrializada, uma saída bastante prática, mas muito menos nutritiva.
O estudo do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde tem concentrado séria atenção na alimentação dos bebês de 6 meses a 2 anos e os resultados tem mostrado que o cardápio infantil já começa com “problemas” nos primeiros anos de vida, fase essencial para a formação de hábitos alimentares saudáveis.
A criança que aprende a comer bem até atingir 5 anos, diminui fortemente o risco de se tornar um adulto compulsivo por guloseimas. O motivo é que até essa idade, os pais e o pediatra mantém um controle mais rígido sobre a dieta da criança. Depois dessa fase, precisam contar com a ajuda das escolas. É por esse motivo que os médicos incentivam uma Merenda Escolar saudável, balanceada, nutritiva e gostosa, e buscado nas Cantinas um parceiro para distribuir alimentos que venham a complementar nutricionalmente a merenda escolar. Nossa intenção é interferir positivamente no Programa, uma vez que na maioria das regiões do Brasil a Merenda Escolar é a única refeição que a criança tem acesso.
COMO AJUDAR O SEU FILHO A TER HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS
Impor disciplina alimentar aos nossos filhos é uma missão que parece quase impossível, mas sem dúvida nenhuma tem que ser encarada como um desafio. Há, no entanto, alguns pequenos truques que poderão ajudar os pais nessa difícil, mais gratificante, missão. O primeiro deles é tratar de definir um cardápio balanceado e variado para todas as refeições e, se o seu filho ou filha não quiser comer, o problema é dele (a). Mas deixe bem claro que não haverá dinheiro para lanches ou sorvete ou chocolate e que só haverá alimentação na próxima refeição. Nunca devemos nos esquecer que é natural que a criança goste mais de um alimento do que de outro, mas temos que ter em mente que a cozinha da nossa casa não é um restaurante. A criança pode ter opção, porém quem tem que montar o cardápio são os pais.
Outra dica é dar bons exemplos. Se o pai bebe refrigerante durante as refeições, não adianta recomendar aos filhos que tomem sucos naturais de frutas. Da mesma forma os pais devem consumir verduras, legumes, etc… com satisfação para que os filhos sigam o modelo. Todo pai e toda mãe também já devem ter passado pela situação em que a criança recusa a comer cenoura ou brócolis. Mas ceder facilmente a um “não quero” é o primeiro passo para criar um pequeno ditador em casa.
Hoje já se sabe que os maus hábitos alimentares e o sedentarismo contribuem em parte para a obesidade infantil. Mas não é só isso. Estudos mostram que quando um dos pais é obeso, os filhos tem 50% de chances de também serem gordinhos. Quando os dois pais estão bem acima do peso, o risco pode chegar a 100%. O ideal é que a criança não entre na adolescência acima do peso. Estudos mostram que quando isso acontece ela tem 70% de chance de se tornar um adulto gordo.
A melhor forma de combater a obesidade infantil e brigar contra a balança seria associar dieta balanceada, exercícios e paciência. E a responsabilidade pelo sucesso do tratamento, como já dissemos, é sobretudo dos pais. São eles que devem escolher os cardápios dos meninos e programar as atividades físicas. A família deve ser reeducada para melhorar a qualidade das refeições consumidas e, exercício físico deve ser o “lema” de todos os componentes da casa.
Hebhert Oliveira – Natureza Celestial
- Nossas crianças sob risco
Para entendermos bem os efeitos ou a influência da alimentação sobre a saúde dos estudantes e os reflexos desses fatores sobre o aprendizado, devemos dividir a faixa etária infanto juvenil segundo a sua classe social ou econômica.
É bem sabido que as classes mais pobres apresentam um tipo de alimentação quantitativamente mais deficiente, com tendência a problemas de ordem carencial, como anemias, deficiências imunológicas, raquitismo, verminoses, parasitoses em geral e maior tendência também às viroses comuns da infância (caxumba, varicela, sarampo, rubéola) e infecções. As classes mais ricas, incluindo a classe média, possuem uma alimentação quantitativamente mais completa e apresentam menor incidência desses problemas, mas mostram incidência de outros, como alergias respiratórias e obesidade. No entanto, devido à alimentação industrializada – empobrecida nutricionalmente e rica em aditivos e componentes nocivos – há uma diminuição qualitativa da saúde em todas as classes sociais, determinando alguns problemas comuns de saúde como cárie dentária (menor nas classes mais abastadas devido à possibilidade de assistência odontológica particular, mas com tendência praticamente igual pela falta de escovação após as merendas e lanches), desmotivação, dificuldade de aprendizagem, ansiedade e doenças crônicas.
Estes dados importantes são motivo de discussão entre autoridades sanitárias e educacionais. A maior possibilidade de acesso por parte das crianças e adolescentes das classes média e alta a alimentos industrializados e proteínas animais condicionadas (ou mesmo as comuns) os expõe a perigos bem maiores, ou seja, doenças degenerativas produzidas pelo excesso alimentar, como o câncer em geral (a leucemia, em particular) as doenças reumáticas, o diabetes e as síndromes de incidência mais recente, como mieloma múltiplo, miastenia gravis, artrite reumatóide e doenças autoimunes em geral. Isso pode ser facilmente comprovado se observarmos estatísticas oficiais que mostram maior incidência de doenças degenerativas e crônicas nos países mais desenvolvidos que adotam a dieta industrializada. Por isso, mesmo que as classes mais pobres possuam uma dieta mais carente, são menos expostas às doenças degenerativas. Em outras palavras, as classes mais favorecidas apresentam qualidade biológica menor. Certamente, por conta da alimentação industrializada, este quadro se inverteu e surpreendeu a muitos nutricionistas e autoridades sanitárias, pois até há pouco tempo acreditava-se que uma alimentação pobre em nutrientes era a causa de numerosas doenças. Hoje, as estatísticas apontam que há mais riscos de doenças com uma alimentação excessiva do que com uma carente. Some-se a isso o fato de que as classes mais pobres geralmente têm acesso a certos alimentos hoje considerados como funcionais ou como fonte de elementos protetores da saúde, como folhas verdes, hortaliças, frutas regionais, rapadura, farinhas, cereais naturais etc. Em contraste, as classes mais ricas acostumaram-se a consumir produtos altamente elaborados: enlatados, empacotados, fritos, ricos em colesterol e açúcar como os chips, a salsicharia, o presunto, os laticínios gordurosos, o pão branco, os cereais matinais empobrecidos em nutrientes mas repletos de sacarose e aditivos, a proteína animal além das necessidades do organismo e outros de difícil aquisição pelas classes mais pobres devido ao custo elevado.
Infelizmente há, no entanto, alguns produtos industrializados de baixo custo – repletos de corantes, aromatizantes e conservantes, gorduras trans, calorias vazias e colesterol, principalmente em guloseimas, chips, doces, sorvetes e refrigerantes – e de fácil acesso também às crianças pertencentes a classes mais pobres, o que expõe uma classe intermediária a maiores problemas que as classes situadas nos extremos de uma escala social e econômica, pois além de uma dieta carente, absorvem também produtos químicos artificiais prejudiciais. De qualquer modo, todas as crianças e adolescentes estão sujeitos a problemas de saúde que põem em risco a saúde e, consequentemente, a capacidade de aprender.
Neste ponto, somos forçados a aceitar que muitos desses problemas dependerão de aspectos individuais, de fatores familiares, genéticos, raciais, culturais, regionais e de idiossincrasias de cada organismo.
A pergunta é: até que ponto as carências nutricionais, bem como os efeitos da má alimentação e da alimentação industrializada são responsáveis ou contribuem para a desmotivação, o baixo rendimento escolar, a reprovação e o abandono dos estudos? E até que ponto são esses fatores resultantes de uma saúde geral deficiente, também motivados pela dieta precária ou rica em aditivos debilitantes? Esta pergunta abre caminho para outra: temos condições de avaliar completa e amplamente todos os efeitos negativos da alimentação industrializada, principalmente aquela consumida nas escolas e nos lares, sobre os organismos das crianças e jovens? Isso nos leva a mais uma pergunta preocupante: até que ponto a má qualidade alimentar, em todas as faixas sociais de alunos, está prejudicando a qualidade de ensino no Brasil?
Enquanto não pudermos responder a estas perguntas, devemos procurar meios para melhorar a qualidade e a quantidade do que os nossos filhos, alunos e estudantes estão comendo. Antes, apenas as deficiências de ferro, de cálcio, vitaminas A e proteínas eram motivo de atenção e estavam diretamente envolvidas com numerosas situações anômalas capazes de produzir tais efeitos. Atualmente, a alimentação industrializada é mais um elemento desse conjunto.
Todos os problemas relacionados a este tema, dada a sua gravidade e urgência, envolvem atenção e participação de pais, educadores, autoridades sanitárias, empresários da produção e fornecimento de alimentos, médicos, nutricionistas e da mídia.
São urgentes a firme tomada de posição e estudos mais sérios quanto ao tipo de substâncias e compostos ingeridos pelos nossos alunos. Sabemos dos riscos da diminuição da capacidade de aprendizagem e da capacidade intelectual que muitos alimentos podem produzir e também dos riscos que tudo isso representa quanto ao futuro da nossa nação. Precisamos nos conscientizar e atuar, em conjunto, na defesa da saúde e da qualidade de vida e aprendizagem da faixa etária do povo que formará o nosso futuro.
Dr.Marcio Bontempo* para o Jornal do Brasil
* médico e clínico homeopata, especialista em saúde pública e pós graduado em nutrologia. É autor de 59 obras sobre saúde
Uma nova pediatria
O momento em que a medicina pediátrica atravessa atualmente sugere análise e reflexão sobre as suas possibilidades futuras. Desde o aparecimento dessa especialidade médica na Europa há 200 anos, a pediatria voltou-se quase exclusivamente para o controle de doenças infecciosas e contagiosas das crianças e adolescentes, além do combate à desnutrição, o que colaborou muito para a diminuição da mortalidade infantil. Contudo, os profissionais dessa área que antes atendiam seus pequenos pacientes com queixas de febre, tosse, dor de ouvido, diarréia, etc, estão se deparando agora com um novo quadro que está obrigando-os a reverem seu papel.
O estilo de vida inadequado nas grandes cidades que leva ao sedentarismo e à má alimentação, mais a predisposição genética, estão fazendo com que o número de crianças e adolescentes com doenças crônico-degenerativas, antes consideradas típicas de pessoas que já passaram dos 50 anos, aumente assustadoramente. Colesterol alto, hipertensão, diabetes do tipo 2 etc, são problemas que os pediatras estão tendo que enfrentar em seus consultórios diariamente.
Como se não bastasse, problemas mentais como ansiedade e depressão que antes eram descritos somente em adultos, são cada vez mais comuns entre as crianças nos dias de hoje. Os especialistas em saúde infantil acreditam que a competitividade, o estresse e ambiente familiar muitas vezes hostil, fazem com que as crianças se sintam cada vez mais inseguras e revelem esses sintomas prematuramente.
Entretanto, o que chama mais atenção da classe pediátrica ainda é o grave problema da obesidade, que leva à síndrome plurimetabólica, ou seja, a combinação de hipertensão, dislipidemia (aumento do nível de colesterol e de triglicérides no sangue) e diabetes tipo 2.
Uma pesquisa realizada recentemente em São Paulo com 8.020 estudantes de 10 a 15 anos revelou que 16% estão na faixa de sobrepeso e 10% têm diagnóstico de obesidade. Além do alto consumo de guloseimas, o estudo, coordenado pelo prof. Dr. Mauro Fisberg da Universidade Federal de São Paulo, mostrou um dado alarmante: 81% dos alunos de escolas particulares e 65% dos alunos de escolas públicas são sedentários, ou seja, realizam menos de dez minutos de atividade física por dia.
Uma nova pediatria
Esse momento em que a medicina pediátrica atravessa atualmente pede um redirecionamento da ação do profissional que cuida da saúde infantil. O médico que atende hoje uma criança em seu consultório deve ficar atento aos problemas de saúde relacionados ao estilo de vida inadequado que os tempos modernos trazem consigo. Trata-se de uma nova pediatria voltada para a prevenção, uma mudança necessária para cuidar de crianças que possivelmente chegarão aos 100 anos, se depender do crescente aumento da expectativa de vida.
Os especialistas que já atuam dessa forma afirmam que medidas de prevenção devem ser tomadas nos primeiros 20 anos de vida e que isso pode ser decisivo para o futuro das crianças. Recentemente, descobertas da medicina mostraram que muitas doenças comuns nos adultos têm suas raízes na infância, por isso, essa tem sido considerada a fase da vida mais crítica para a prevenção eficaz de muitas enfermidades. Problemas que surgem na infância, avançam silenciosamente durante décadas e só vão se manifestar 40 ou 50 anos mais tarde, afetando a qualidade de vida dos adultos.
De acordo com o cardiologista Francisco Fonseca, especialista da Unifesp e um dos editores da primeira diretriz de prevenção da arteriosclerose na infância e na adolescência, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, “o problema é que muitas enfermidades como a arteriosclerose, por exemplo, avançam sem alarde até a idade adulta e, em um terço dos casos, sua primeira manifestação é um infarto fatal”. Crianças que apresentam história de doenças crônicas na família, como as cardiovasculares, devem ser orientadas pelo pediatra a moderarem o consumo de gordura e açúcar e praticar uma atividade física regular.
Orientando os pais
Pesquisas que estudam os hábitos alimentares das crianças mostram que a missão dos pais em orientar seus filhos em relação a uma alimentação saudável está sendo desempenhada com displicência. Muitos acham natural que as crianças prefiram batata frita, salgadinhos, hambúrguer, sorvete, etc… do que comer uma salada de cenoura, agrião ou um pedaço de peixe grelhado. Esquecem que a responsabilidade pela saúde da criança é sobretudo deles e que são os pais que devem escolher os cardápios dos filhos e programar suas atividades físicas.
A nova pediatria tem como missão principal orientar esses pais de como devem agir, a fim de prevenir inúmeras doenças que poderão comprometer a qualidade de vida de seus filhos, principalmente na fase adulta. A família deve ser reeducada para melhorar a qualidade das refeições consumidas e, exercício físico deve ser o “lema” de todos os componentes da casa. Com essas medidas, é possível reduzir entre os pequenos o risco da obesidade, das altas taxas de colesterol no sangue, hipertensão e diabetes.
Dez dicas para ajudar seu filho a desenvolver uma vida saudável
A American Heart Association (Associação Americana do Coração) divulgou em 2008, dez dicas para os pais ajudarem seus filhos a terem hábitos mais saudáveis. Aqui estão elas:
1. Seja um modelo positivo. Se os pais não praticam hábitos saudáveis não conseguirão convencer seus filhos.
2. Envolva a família. Planeje atividades em que todos os membros da família participem. Vale caminhadas, passeios de bicicleta, natação e até mesmo brincar de esconde-esconde, todos irão se beneficiar.
3. Limite o tempo em frente da TV, videogame e o computador. Estas atividades levam a uma vida sedentária e lanches em excesso, o que aumenta o risco de obesidade e doenças vasculares.
4. Encoraje atividades físicas, mas que crianças gostem. Cada uma é diferente e elas podem não gostar de determinadas atividades. Deixem que elas experimentem e escolham do que gostam.
5. Seja positivo. Se foque sempre no lado positivo. Todos gostam de ser paparicados por um bom trabalho.
6. Estabeleça metas. Como uma hora de atividades físicas por dia, apenas uma sobremesa após as refeições. Quando as metas são arbitrarias ou muito restritivas as chances de sucesso diminuem.
7. Não recompense as crianças com comida. Doces e salgadinhos como prêmio encoraja maus hábitos. Encontre outras maneiras para comemorar bons comportamentos.
8. Faça do jantar a hora da família. Quando todos se sentam juntos existe uma menor probabilidade da criança abusar de determinados alimentos. Desta maneira todos desenvolvem costumes saudáveis.
9. Informe brincando. Ao descobrir o que é bom pra elas de forma divertida as crianças costumam adequar as informações a sua vida.
10. Se envolva. Acompanhe o que seu filho come na escola, certifique-se que a instituição oferece serviços que pensem no bem estar do seu filho. Faça com que te ouçam
OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
É muito comum os pais vigiarem os hábitos alimentares dos filhos quando são pequenos. Nos primeiros meses, a alimentação se limita à amamentação. Depois, a mãe cuida de completar o aleitamento com uma variedade de alimentos que ela acha importante. Esses cuidados prosseguem até que a criança passa a receber uma merenda na escola, mas tendem a desaparecer quando o menino ou a menina “ganha” a liberdade da adolescência.
Eles têm horários rígidos para voltar para casa, especialmente se forem meninas, mas o que comem lá fora já não tem tanta importância. Todos sabem que os adolescentes estão em fase de crescimento e têm um apetite enorme, e que não vão ficar pensando em calorias.
O que os pais não sabem ou dão a importância necessária é que ao comer qualquer coisa, seus filhos poderão estar adquirindo hábitos alimentares que vão prejudicá-los para o resto da vida. É muito comum os adolescentes contarem suas moedas e festejarem quando elas são suficientes para um “super dogão” (cachorro quente) e um refrigerante. Um “dogão” é o exemplo mais apropriado para se ilustrar a alimentação que satisfaz e ao mesmo tempo é perigosa e enganadora. Cheio de molhos, maioneses, batatas fritas e purês, o “dogão” tem as calorias de um churrasco completo, mas não oferece os alimentos reguladores, nem os construtores necessários para o organismo.
O “dogão”, dos carrinhos da esquina e mesmo das lanchonetes das escolas, dão a sensação de “barriga cheia” ao mesmo tempo que proporcionam um excesso de “calorias vazias”.
Eu tenho uma filha de 10 anos e converso com ela sempre sobre esse assunto, pois é difícil ensiná-la ser diferente num mundo que lhe ensina a seguir a coletividade, ela me diz quase que diariamente que um amiguinho, come 2 pasteis ou os chamados enroladinhos de salsicha ou frios e um refrigerante, o outro sempre leva um pacote de salgadinho grande e por ai vai. Não me recordo do dia em que ela disse que alguém levou uma pêra ou uma maça e até mesmo uma pacotinho de cookies integrais, acompanhado de um bom chá ou suco natural.
Recentemente no maior canal de televisão do país tal problemática foi mostrada em horário nobre e inclusive versando sobre a possível proibição nas escolas públicas da comercialização dessas “bombas calóricas” .
Os Pais influenciam os hábitos de estilo de vida dos filhos
Há muito que se sabe que os pais influenciam as escolhas de estilo de vida que os filhos fazem. Mas investigações recentes mostram resultados surpreendentes sobre a influência que o pai tem sobre as escolhas que os filhos fazem quanto a hábitos alimentares e exercício físico.
Em meninas de pouco mais de 5 anos de idade, de famílias em que o pai tinha hábitos de exercício físico abaixo da média, foi demonstrado existirem altos índices de massa corporal. Surpreendentemente, quando foram feitas investigações sobre o nível de atividade física dessas meninas, estas tinham sido afetadas pelas escolhas do seu pai. As meninas cujo pai era ativo gostavam mais de atividades físicas do que aquelas cujo pai era sedentário. O padrão de atividade da mãe não era associado à participação das filhas nas atividades físicas segundo a North American Association for the Study of Obesity.
A obesidade na adolescência é atualmente um dos grandes problemas de saúde pública. O fato que se coloca é que grande parte da população adulta obesa começou a ter problemas na sua infância ou adolescência.
O estilo de vida atual, a correria, o estresse, a alimentação excessivamente rica em gorduras e pobre em fibras, a televisão e os games e computadores em casa, são alguns dos fatores que estão transformando a obesidade infantil numa verdadeira epidemia.
Um dos fatores que a criança sofre de forma involuntária, e que tem grande importância, é a presença da obesidade nos pais. Estudos clássicos em famílias de obesos revelam que, quando ambos os pais forem obesos, dois terços dos filhos serão obesos. Se somente um dos pais estiver acima do peso, o risco de obesidade nas suas crianças cai para 50%. Se ambos os pais forem pessoas magras, as suas crianças terão um risco de menos de 10% para obesidade.
A obesidade infantil aumenta o risco da obesidade no adulto. Crianças menores de 3 anos, filhos de pais não obesos, apresentam baixo risco de se tornarem obesas quando adultas. Mas, entre crianças mais velhas, a obesidade apresenta forte correlação com a obesidade no adulto, independentemente de os pais serem obesos ou não. No entanto, quando os pais são obesos, a chance da criança, tanto obesa como não obesa com idade abaixo de 10 anos, de se tornar um adulto obeso, é duas vezes maior.
Obesidade cresce entre os adolescentes
No Brasil, os últimos dados nacionais mostravam que a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 7,8% e 7,6%, respectivamente. Dados mais atuais demonstram o crescente aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares (6 a 18 anos) em algumas cidades brasileiras, conforme o quadro abaixo:
– Belo Horizonte (1998) – 8,5% de adolescentes estavam obesos e com sobrepeso;
– Curitiba (1996) – 15,6% de adolescentes estavam obesos e com sobrepeso;
– Rio de Janeiro (1999) – 12,2% dos escolares estavam obesos e com sobrepeso;
– Florianópolis (1999) – 22,3% dos escolares estavam obesos e com sobrepeso;
– Recife (2001) – 34,7% dos escolares estavam obesos e com sobrepeso;
Trabalhos realizados nas escolas de São Paulo mostraram que mais de 30% deles apresentavam sobrepeso ou obesidade. Os números são muito divergentes porque não há uma uniformidade nos métodos de pesquisa, mas o fato é que o aumento de peso vem sendo notado em todas as capitais, exatamente como acontece nos centros urbanos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O grande vilão não está apenas nas dietas desordenadas, com excesso de calorias, mas especialmente na combinação entre esses hábitos alimentares e a falta de atividades físicas. Cada vez mais há especialistas e pesquisas mostrando que a prática de alguma atividade é fundamental, tanto para a manutenção de um peso adequado, quanto para a saúde de um modo geral.
Entre os problemas detectados na alimentação dos adolescentes, os mais importantes são os seguintes:
– O fato de saltarem uma ou outra refeição, principalmente o café da manhã;
– Ingestão de refrigerantes (em média, o adolescente bebe um litro por dia);
– Lanches com alta densidade calórica (normalmente salgadinhos fritos, chips, bolachas recheadas, chocolate e alto consumo de balas);
– O baixo consumo de frutas e hortaliças;
– A substituição das principais refeições por lanches;
– A compulsão alimentar, que se caracteriza pela vontade de comer sem controle.
É evidente que não apenas a alimentação tem sido destacada como a grande vilã da obesidade, mas também a inatividade física. Nossas crianças estão cada vez mais sedentárias, ficando grande parte do tempo em frente à TV ou computador, e o que é pior, consumindo alimentos calóricos.
A imagem corporal é o cartão de visita do indivíduo, principalmente na adolescência, quando a aparência física determina a aceitação no grupo ou não. Isto ocorre principalmente nesta fase em que a necessidade de ser bem visto e aceito é vital para o desenvolvimento da personalidade.
Hebhert Oliveira – Natureza Celestial
OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
A obesidade é hoje considerada pela OMS como uma doença crônica e o problema nutricional mais prevalente a nível mundial, sendo mesmo classificada como a epidemia do século XXI. Na maioria dos países a prevalência da obesidade vem aumentando assustadoramente, tanto na infância como na adolescência.
Segundo a Profª Cristina Padez, antropóloga da Universidade de Coimbra e autora de um estudo recente que envolveu cerca de cinco mil crianças entre os 7 e os 9 anos de idade, o aumento do índice de massa corporal das crianças portuguesas aumentou acentuadamente sobretudo a partir de 1992. Segundo a pesquisadora, a principal causa será o ambiente “obesogênico” (ambiente propício a obesidade) existente em muitos lares, embora não possa mensurar os fatores genéticos. Serão mais importantes os comportamentos existentes nos lares e na sociedade e que condicionam a progressão da obesidade nas idades referidas.
Verifica-se hoje uma diminuição do percentual do peso ao nascer que é rapidamente compensado por um crescimento e aumento de peso acelerados dos bebês, que muito satisfaz as mães.
As crianças de hoje também dormem menos porque, sendo mais sedentárias, se cansam menos. Ora, estando mais tempo acordadas, também comem mais.
Mas a obesidade infantil e juvenil tem ainda outros condicionantes: segundo um artigo recente de um especialista inglês, de um modo geral, 10% da população permanece magra mesmo em ambientes obesogênicos. Outros 10% poderão ter excesso de peso em ambiente saudável. Os restantes 80% são potencialmente obesos porque vivem nesse ambiente.
A obesidade é, assim, um problema de enorme complexidade e que depende não só do consumo de energia e do seu dispêndio, mas também de outros fatores como o nosso trabalho ou ambiente escolar, do local onde residimos, de fatores relacionados com a comunidade, a região, o país onde vivemos e ainda de fatores internacionais, com a globalização dos mercados, o desenvolvimento e a mídia, entre outros”, afirma a Profª Cristina Padez.
Segundo a mesma especialista, a prevenção é o melhor processo de “tratar a obesidade”, o que passa muito pela alteração de comportamentos e pela sensibilização, nomeadamente, das crianças. A questão da educação é, assim, determinante.
Mas também nós, adultos, “temos de encontrar o equilíbrio, com base na nossa própria sensatez, entre aquilo que podemos fazer com as crianças, nomeadamente aos fins-de-semana e ao ar livre, e aquilo que são as ofertas atuais”.
Noticias Médicas – Imprensa portuguesa
Dar carne às crianças é um mau trato infantil
A PETA começou uma campanha controversa em Londres
A Organização PETA (Pessoas pelo tratamento Ético dos Animais), iniciou uma campanha publicitária controversa em Londres, Reino Unido, com um slogan que diz “Dar carne às crianças são maus tratos infantis”
Poorva Joshipura, diretor da Organização PETA afirma: “Os danos causados por uma dieta que inclua carne é como uma bomba-relógio numa criança. As crianças vegetarianas são mais magras, têm mais energia, têm melhores notas escolares e estão, em geral, em melhores condições do que as crianças que comem carne.”
22 de maio 2009
Exemplos dos adultos
– Sirva de exemplo e coloque as crianças para se alimentarem junto com os adultos, para que ela possa apreciar todos os alimentos servidos, principalmente verduras, legumes e frutas;
– Lembre-se que os adultos são os principais responsáveis pela formação dos hábitos alimentares das crianças;– A criança deve comer de tudo, sem excesso. O importante é usar o bom senso dos pais.
Frutas: a importância para as crianças
Mais do que nunca os pesquisadores estão comprovando a importância da alimentação na vida das pessoas, e principalmente das crianças. Os maiores especialistas em nutrição e medicina são unânimes em concordar que certos alimentos quando consumidos regularmente desde a infância, são capazes de prevenir doenças futuras como o diabetes, a hipertensão, doenças cardiovasculares e até mesmo o câncer. Os estudos também mostram que existem fortes evidências do papel de certos alimentos em melhorar a performance mental e física, auxiliar no crescimento e desenvolvimento e ajudar na resistência às doenças (melhora do sistema imunológico), entre outros benefícios.
No Brasil, o consumo de alimentos considerados benéficos para a saúde, como as frutas, vem diminuindo gradativamente por conta do crescimento da indústria alimentícia e do estilo de vida inadequado de muitas crianças, que dão ênfase em suas dietas a produtos processados, na maioria das vezes com alto valor calórico e baixo valor nutricional. Observa-se em nosso país tendências nutricionais desfavoráveis semelhantes as de países de primeiro mundo, como o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras e açúcar, tais como salgadinhos, batata frita, sanduíches, doces, guloseimas, refrigerantes, etc, em detrimento ao consumo de frutas, ricas em fibras, vitaminas, minerais e compostos ativos com ação antioxidante.
Essa mudança no padrão alimentar das crianças brasileiras tem causado sérios prejuízos à saúde delas, principalmente doenças carenciais e obesidade, fazendo com que na vida adulta tornem-se indivíduos menos produtivos e incapacitados para determinadas atividades.
Por isso, as recomendações recentes do Committee on Diet and Health são para que o consumo de frutas e vegetais em geral seja aumentado desde a tenra infância, caso contrário, as doenças crônico-degenerativas vão continuar matando e fazendo com que os recursos financeiros do país não sejam suficientes para manter a saúde da população, principalmente daqueles com idade superior a 50 anos.
As frutas e seus benefícios para a saúde das crianças
As frutas são fontes abundantes de vitaminas A (na forma de beta caroteno), C, potássio, fibras e bioflavonóides, pigmentos que possuem propriedades antioxidantes. Os benefícios de consumir diariamente esses alimentos vão desde à prevenção de uma doença carencial provocada pela baixa ingestão de vitaminas, por exemplo, até a prevenção de problemas como constipação intestinal (intestino preso), certos tipos de cânceres, doenças cardiovasculares, diabetes, diverticulite, entre outras enfermidades.
As frutas cítricas como limão, laranja e tangerina, por exemplo, são ricas em vitamina C, pectina (uma fibra solúvel) e bioflavonóides conhecidos como limonóides. Todas essas substâncias podem trazer inúmeros benefícios à saúde das crianças, uma vez que a vitamina C previne o escorbuto e tem um papel importante na absorção do ferro, prevenindo a anemia. Além disso, essa vitamina junto com os limonóides, ajudam a reduzir o risco de doenças crônicas e aumentam as defesas do sistema imunológico. Fibras como a pectina, ajudam na função intestinal.
Outras frutas como maçã com casca (rica em fibras e bioflavonóides), manga (rica em vitamina A e fibras), bananas (rica em potássio), mamão (rico em vitamina C e beta caroteno), morango, amora, uvas roxas (ricas em bioflavonóides), entre outras, devem também sempre estar presente no cardápio das crianças. O ideal é consumir cerca de 3 porções ao dia, sendo que uma porção equivale a 1 banana, ou 1 maçã pequena, ou uma fatia média de mamão, etc.
Os sucos e alimentos enriquecidos com polpas de frutas também devem sempre ser preferidos em detrimento à refrigerantes, sucos artificiais e alimentos ricos em açúcar. A nossa equipe, por exemplo, desenvolveu um alimento totalmente natural para ser adicionado ao leite das crianças contendo polpa natural de morango, além de soja, aveia e proteínas do soro do leite. Esse alimento vem de encontro às solicitações de pais aflitos com o grande número de suplementos alimentares cada vez mais calóricos, açucarados e artificiais disponíveis nas prateleiras dos supermercados. Informações sobre sua pesquisa podem ser obtidas no fone 0800554414.
Seu filho merece uma infância saudável
Não devemos nos esquecer que a ingestão adequada de nutrientes, principalmente na fase da infância, é necessária como requisito básico para a saúde da criança, influenciando sua capacidade de brincar, estudar, sua aparência e longevidade. O fato das crianças estarem crescendo e desenvolvendo ossos, músculos e sangue, faz com que necessitem de mais alimentos nutritivos em proporção ao seu peso do que os adultos. Uma criança bem alimentada e nutrida, dificilmente adoece, porque seu sistema imunológico está preparado para lutar contra as doenças. Uma criança mal nutrida, com alimentação pouco variada, pode se tornar fraca, irritadiça, desanimada, sem vontade de andar, brincar, pensar, estudar, enfim, de realizar qualquer atividade que dependa de esforço muscular e cerebral. Por isso, se quisermos que nossas crianças sejam adultos saudáveis, temos que cuidar de seus hábitos alimentares desde a infância e a adolescência, e as frutas são grandes aliados nesse sentido.
Qual a alimentação mais adequada para as crianças?
A alimentação diária da criança deve incluir carnes magras, peixes e aves sem pele, cereais integrais (pães integrais, aveia, etc), leguminosas como feijão, soja, ervilha, etc, frutas e hortaliças variadas, ovos e laticínios (se a criança estiver com problema de peso, optar por produtos semi-desnatados ou desnatados). Alimentos calóricos e pouco nutritivos como frituras, carnes gordas, doces e guloseimas, salgadinhos, refrigerantes, embutidos (salsicha, linguiça, salame, etc), maionese, molhos em geral, etc, devem ser evitados ou consumidos com moderação.
A alimentação da criança deve ser regrada?
Com certeza. Somente dessa forma é que a criança adquire bons hábitos alimentares. Os horários devem ser programados, sem beliscos ocasionais (café da manhã, lanchinho, almoço, lanchinho, jantar); as refeições devem ser feitas em ambiente tranquilo, na mesa da cozinha ou jantar, sem TV ou algo que tire a atenção da criança; a quantidade de alimentos deve ser adequada à idade do pequeno e bebida ou sobremesa podem ser oferecidos ao final do almoço ou jantar, em pequena quantidade. No caso da bebida, dar preferência aos sucos de frutas naturais, já a sobremesa, optar por frutas variadas.
Até que ponto é saudável comer? A criança deve comer só o que tiver vontade ou os pais devem insistir para que ela “raspe o prato”?
O ato de comer é saudável quando ingerimos alimentos nutritivos, em quantidades adequadas, ricos em substâncias que fazem bem para o nosso corpo. Esse ato passa a ser pouco saudável quando nos entupimos de alimentos muito calóricos e pouco nutritivos, principalmente em horários não programados para a refeição. Impor disciplina alimentar aos nossos filhos é uma missão que parece quase impossível, mas sem dúvida nenhuma tem que ser encarada como um desafio. Há, no entanto, alguns pequenos truques que poderão ajudar os pais nessa difícil, mas gratificante, missão. O primeiro deles é tratar de definir um cardápio balanceado e variado para todas as refeições e, se a criança não quiser comer, o problema é dela. Mas deixe bem claro que não haverá dinheiro para lanches ou sorvete ou chocolate e que só haverá alimentação na próxima refeição. Nunca ofereça recompensas em troca de prato vazio (dá idéia à criança de que comer não é bom).
Um último lembrete: Não ameace a criança que não quer comer com castigo. Isso aumenta sua repulsa à comida. Haja como dissemos anteriormente, sem pressão e com calma.
Por que é importante controlar o lanche das crianças, seja no período de férias ou em tempos letivos?
Porque a maioria das crianças dá preferência a alimentos pouco nutritivos e altamente calóricos tais como salgadinhos, bolachas recheadas, refrigerantes, chocolates, entre outras guloseimas. O consumo excessivo desses alimentos tem ocasionado um avanço da obesidade e de doenças que antes eram consideradas típicas de adultos, como colesterol alto e hipertensão.
Além da obesidade, há outros problemas que os pais devem observar em relação à criança comilona?
Nem sempre uma criança que come bem apresenta peso excessivo. Devemos lembrar que as calorias ingeridas através da alimentação devem ser gastas em forma de atividades físicas. Assim, a criança que come bem (comilona como você diz) mas é ativa, brinca o dia todo e faz muitos exercícios físícos, dificilmente terá problemas com o peso. Já as que comem bem e não gastam calorias como deveriam, além do sobrepeso/obesidade, podem enfrentar problemas como colesterol alto, pressão arterial elevada, hipertrigliceridemia, problemas articulares (principalmente nos joelhos), problemas respiratórios, entre outros.
Meu filho não come carne, isso pode afetar seu crescimento?
Sim, as crianças que não recebem proteínas suficientes em sua alimentação têm seu crescimento prejudicado e, portanto, menor estatura do que as mais bem-alimentadas. Além disso, as carnes, principalmente vermelhas são fontes de ferro, um mineral importante para o crescimento da criança. O ferro tem um papel fundamental no transporte respiratório do oxigênio e dióxido de carbono e é uma parte ativa das enzimas envolvidas no processo de respiração celular. Também está envolvido na função imune e no desempenho cognitivo (memória, atenção, concentração, etc) e sua deficiência provoca déficit de crescimento e desenvolvimento, distúrbios comportamentais tais como irritabilidade, desinteresse pelo meio, distração, falta de memória, alterações cutâneas e gastrointestinais, diminuição da capacidade de trabalho e do rendimento físico, alterações da imunidade, levando a um maior índice de infecções.
Meu filho está com o colesterol alto, o que faço?
A criança que está com colesterol elevado deve diminuir a ingestão de alimentos ricos em gordura e colesterol. Isso deve ser feito com muito critério, pois esses nutrientes desempenham um papel fundamental em seu crescimento e desenvolvimento. Outro fator importante é selecionar o tipo de gordura da dieta. O ideal é diminuir a proporção de gorduras saturadas em relação às monoinsaturadas e poliinsaturadas. Isso não significa retirar da dieta as carnes, os queijos e ovos, mas controlar a quantidade. Também incluir na alimentação da criança, diariamente, alimentos ricos em fibras, como cereais integrais (arroz, pães, aveia, etc), leguminosas, frutas, verduras e legumes que, além de serem excelentes aliados na redução do colesterol, previnem a constipação. O consumo de carboidratos simples (açúcar e farinha de trigo branca) também deve ser moderado.
O uso de adoçantes para crianças é seguro?
Os adoçantes ou edulcorantes mais comuns, como o ciclamato, a sacarina e o aspartame, não devem ser utilizados indiscriminadamente na alimentação infantil, pois não se sabe ao certo quais são seus efeitos a longo prazo. O ideal é habituar as crianças a não consumir muito açúcares e doces e estimulá-las a conhecer o sabor dos alimentos e líquidos – sem adição de açúcar – como frutas, sucos e chás.
O que é doença celíaca? Como tratar?
A doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, aveia, centeio e cevada. Os sintomas clássicos da doença incluem: pouco crescimento, perda de peso, má nutrição, diarréia, esteatorréia (gordura nas fezes), podendo ainda a criança manifestar uma série de outros sintomas e sinais, tais como distúrbios de comportamento, anemia e constipação (intestino preso). Como a doença é desencadeada pelo glúten, o tratamento dietético é fundamental e envolve a exclusão total de alimentos que contenham glúten. De certa forma é problemático porque requer a exclusão de alimentos que são habituais na alimentação da criança tais como pão, macarrão, biscoitos, entre outros. No site Associação dos Celíacos do Brasil – Acelbra (www.acelbra.org.br), existem muitas informações sobre a doença e seu tratamento.
Muitas crianças torcem o nariz para comidas e fazem escolhas dos alimentos. Como trabalhar essa questão e converter esse quadro?
O nosso conselho é não ceder mesmo que haja resistência. Não tenha medo de sua criança, mostre que quem manda em casa é você, e que você sabe o que é bom para ela. Por isso que é importante impor disciplina alimentar desde cedo, pois corre-se o risco de criar um pequeno ditador em casa. Devemos lembrar que as crianças nascem sem saber qual é a exata diferença entre um copo de refrigerante e um copo de suco de frutas, ou um pedaço de fruta e um de chocolate. Cabe aos pais estimular o consumo dos alimentos mais nutritivos.
O chocolate é um bom alimento para criança?
O chocolate é um alimento importante na dieta das crianças, já que é altamente energético e possui componentes que podem trazer certos benefícios. Mas por ser muito calórico, não pode ser consumido em grandes quantidades, principalmente numa época em que vivemos controlando a balança por conta do consumo excessivo de alimentos industrializados ricos em gorduras e açúcares, e pobres em fibras. Usar o bom senso nesse caso é muito importante. O chocolate pode ser introduzido na alimentação da criança a partir de 1 ano de idade, mas com moderação e nunca em substituição a outros alimentos importantes como frutas e laticínios. No caso do leite com chocolate vale a mesma sugestão: bom senso e moderação. Lembre-se sempre: a criança que aprende a comer bem até atingir 5 anos, diminui fortemente o risco de se tornar um adulto compulsivo por guloseimas no futuro.
Quais são os principais vilões dentro das tentações (bolachas recheadas, salgadinhos, chocolates, etc) das crianças? Por que?
Os alimentos que contém muita gordura, principalmente as do tipo trans e saturadas são considerados os maiores vilões. As gorduras em excesso levam a um aumento de peso e elevam os lipídios do sangue, principalmente o LDL colesterol (colesterol ruim). O consumo a longo prazo pode favorecer as doenças cardiovasculares. Dentre os principais alimentos que contém esse tipo de gordura destaque para bolachas recheadas e biscoitos em geral, salgadinhos, sorvetes que levam gordura hidrogenada, massas de tortas e folhados, batata frita e outras frituras, carnes gordas, embutidos (salames, salsichas, etc), etc. Alimentos ricos em açúcares podem também elevar o peso, além de causar um aumento da resistência à insulina a longo prazo, e no futuro, favorecer o diabetes tipo 2.
Os pais que se preocupam com a saúde dos seus filhos fazem o que?
Estimulam seus filhos a comerem alimentos nutritivos, em quantidades adequadas para a idade, em horários programados e incentivam a prática de atividade física. Eles não ficam nervosos ou perdem a paciência com a criança que não quer comer, nem oferecem recompensas em troca de prato vazio. Eles sentam-se junto para comer com a criança e dão bons exemplos à mesa.
Capacidade intelectual infantil é proporcional a boa alimentação
A cada ano milhares de crianças entram na escola e começam um período de educação que se prolonga por muitos anos e promove profundas influências nas suas vidas. A criança quando chega à escola, está alerta, disposta a se desenvolver física e mentalmente. Muitas tem os olhos radiantes e claros, cabelos penteados, brilhantes, associados com saúde e pele saudável. Mas, infelizmente, esta descrição não se aplica a todas as crianças. Algumas são descuidadas, com olhos e cabelos opacos e pele áspera, características geralmente associadas com má alimentação. O crescimento de algumas dessas crianças é limitado; outras são frágeis e tornam-se fatigadas e não participam integralmente das atividades intelectuais e físicas.
A alimentação atua diferentemente no crescimento e desenvolvimento, no modo de olhar e sentir, na energia despendida no trabalho e nos jogos e na expectativa de vida. A nutrição inadequada é um obstáculo à aprendizagem. A criança má nutrida não pode participar das atividades escolares como deveria se estivesse bem alimentada. A capacidade intelectual é, portanto, proporcional a uma boa alimentação, a uma boa nutrição.
Como alimentar a criança em fase escolar
A desnutrição é reconhecida como problema econômico social que atinge elevado contingente da população infantil dos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento, entre os quais situa-se o Brasil. Em nosso país, a desnutrição começa no útero. O que se observa é que grande parte das gestantes não consome dietas balanceadas próprias para esse estágio fisiológico. Assim, o recém nascido nasce muitas vezes com baixo peso e desnutrido e não encontra condições de recuperação na fase pós-natal para superar o problema, já que muitas vezes os fatores sócio-econômicos do seu ambiente familiar e comunitário não lhe dão condições de sobrevivência. Isso explica a alta mortalidade nos primeiros anos de vida, sendo portanto o desnutrido um marginal da concepção à morte.
Para evitar esse quadro de desnutrição, o organismo humano necessita receber através da alimentação 40 a 45 elementos muitos importantes, que são necessários em forma balanceada. Na criança, quando há falta de nutrientes, todas as suas funções são prejudicadas, o que resulta na vida adulta, um indivíduo menos produtivo e incapacitado para determinadas atividades.
Se na idade escolar a criança ficar desnutrida ou já trouxer seqüelas provenientes da alimentação anterior, sua capacidade de aprendizagem será reduzida. E dados mostram que aqui no Brasil a porcentagem de crianças que vão à escola sem terem feito um bom café da manhã chega em média a 30-40%. E isso não ocorre somente nas classes menos favorecidas. O mau hábito alimentar por falta de informações é muito comum. Muitas vezes uma família tem condições de oferecer uma alimentação mais equilibrada, mas ao invés disso dá à criança, pela manhã, o usual café com leite que pouco significa em termos de nutrição.
A alimentação deficiente reduz a glicose do sangue provocando debilidade orgânica e irritação do sistema nervoso durante as aulas. Isso faz com que o escolar ora se torne apático ora irriquieto ou desatento, principalmente nas últimas horas de aula, antes da próxima refeição. Essa situação reduz drasticamente seu aproveitamento na escola.
As crianças pobres e desnutridas chegam assim ao “grau zero” de aproveitamento escolar com a alimentação caseira; se a isso acrescentarmos uma alimentação regular, o grau de aproveitamento sobe para uma hora e se proporcionarmos a esse mesmo escolar uma alimentação rica e concentrada em vitaminas e minerais, frutas, verduras e hortaliças seu aproveitamento será então total, para um período de oito a doze horas.
Os nutrientes mais eficientes e que aumentam a capacidade intelectual são: sais minerais, vitaminas do complexo B, proteínas completas de origem animal (carne, ovos, leite, queijo) e água.
Um café da manhã ideal deveria conter: um copo de leite engrossado com alguma farinha láctea, uma fatia pequena de mamão ou outra fruta, uma fatia de queijo e duas fatias de pão de forma ou meio filãozinho. As crianças nessa idade precisam comer um ovo por dia, ou no mínimo 3 por semana. Se esse ovo não for ingerido pela manhã, deverá ser consumido no almoço. Entre o café da manhã e o almoço (bem longe desse último para não atrapalhar o apetite) pode ser feito um pequeno lanche composto de uma fatia de queijo, uma fruta ou um iogurte. Da mesma forma, um pequeno lanche pode ser feito entre o almoço e o jantar. É preciso variar a alimentação das crianças para criar bons hábitos alimentares, incluindo proteínas animais: leite, ovos, carne, peixe, galinha, vísceras (fígado, rins, coração, etc…) e origem vegetal (hortaliças, cereais e frutas). Cereais e leguminosas são também ricos em proteínas e juntamente com frutas e hortaliças constituem fontes de minerais e fibras.
É importante também que a maior parte de carboidratos (açúcar, farinha) seja fornecida sob a forma de cereais integrais, vegetais e frutas. Assim, os doces podem ser oferecidos somente como sobremesa, devendo eliminar o refrigerante e sucos artificiais, substituindo-os por sucos de frutas naturais e leite.
Os enlatados e os alimentos em conserva são contra indicados, pois contém aditivos químicos ( conservantes e corantes).
Para variar o cardápio das crianças nada como iogurte ou queijo, principalmente para aquelas que não gostam do leite natural. Da mesma forma, a manteiga e a margarina (principalmente enriquecida com vitamina A e D) são fontes de gordura.
A educação nutricional da criança escolar
Se o estado nutricional é importante para a aprendizagem, a educação nutricional deve ser ministrada em tempo, quando ainda são possíveis as modificações na conduta e práticas alimentares. Muitos educadores acreditam que mudanças nos hábitos alimentares de crianças de idade escolar são mais facilmente influenciáveis nos primeiros anos de escola.
Entretanto, as escolas hoje dão apenas informações superficiais. Pouca atenção é dada ao desenvolvimento e manutenção de bons hábitos alimentares. Alguns professores, com conhecimentos e interesse em educação nutricional, fornecem boas experiências com alimentos para suas classes. Entretanto, este é um trabalho de iniciativa própria, muitas vezes incompleto. O problema reside no fato de que muitos administradores acreditam que a nutrição é responsabilidade somente dos pais e por outro lado, muitos pais acham que a escola tem obrigação de tornar a alimentação disponível e orientar a criança a comer uma variedade adequada de alimento. Todos estão equivocados, pois a educação nutricional para promover a formação e a manutenção de hábitos alimentares corretos deve ser de ambos, escolas e pais.
À família caberia o papel de oferecer a criança uma dieta diversificada, estimulando a criança a comer os mais variados tipos de alimentos. À escola caberia o papel de ensinar a importância dos alimentos para a saúde e orientar os pequenos sobre as mensagens publicitárias que muitas vezes deformam os hábitos de consumo, além do oferecimento de uma merenda saudável.
Últimas considerações
Veja agora o que fazer para proporcionar à criança bons hábitos alimentares e com isso conseguir dela um melhor desempenho escolar, que irá se refletir por toda sua vida:
– Os pais e responsáveis pela educação da criança devem entender a importância de uma nutrição adequada nos anos pré-escolares e escolares para um futuro saudável;
– Recomenda-se o uso de dietas variadas, respeitando-se as preferências individuais da criança, desde que possível, contendo cereais integrais, leguminosas, frutas e vegetais;
– Deve-se evitar o uso de grandes quantidades de alimentos gordurosos, salgados e açúcar refinado;
– Deve-se evitar o uso de produtos alimentícios contendo aditivos químicos tais como sorvetes coloridos artificialmente, sucos artificiais;
– Deve-se aconselhar o uso da prática esportiva supervisionada por profissional competente;
– Deve-se ensinar à criança hábitos de higiene alimentar;
– Deve-se orientar os pais e os responsáveis das crianças sobre a importância de um ambiente social saudável.
Nossa foi muito bom ter encontrado esse site, pois estou montando um plano de aula sobre a importância dos vegetais na Educação Infantil, e pude encontrar todas a informações que preciso. obrigada
e parabéns pelo trabalho!!
Adorei as informações.
Tenho uma filha de 5 anos que nunca aceitou doces como balas chocolates, bolos, refrigerantes, etc…
Ela adora um bom copo de suco natural com pouquissimo açucar, e frutas.